domingo

Porque só um caminho ? (cont.)


Mas porque Deus só deixaria um caminho para a salvação? Porque não existem diversas formas? Porque só através de Cristo? Deus não é bom?

Para esses segundos questionamentos, vou me utilizar do trecho de um livro chamado Razão para Crer, de C.S. Sproul. Vale a pena ler.

“Que tipo de Deus teria uma porta assim estreita?” (ver Mat.7:13,14) “A pergunta envolve uma grave acusação: Deus não fez o suficiente no sentido de prover a redenção para a humanidade?

Queremos estudar agora a acusação de uma perspectiva hipotética. Suponhamos que exista um Deus santo e justo. Esse Deus cria deliberadamente os homens e lhe concede o dom da vida. Suponhamos então que ele coloque as Suas criaturas num ambiente ideal e lhes permita participar de tidas as glórias da ordem criada conforme desejarem. Suponhamos, porém, que Deus lhes imponha uma pequena restrição, advertindo-as de que se transgredirem a mesma morrerão. Um Deus assim teria o direito de impor essa exigência, castigando com a perda da vida a desobediência à Sua autoridade?

Suponhamos que sem justa causa as ingratas criaturas desobedecessem à restrição importa, no momento em que Deus lhes voltasse as costas. Suponhamos que ao descobrir a desobediência, em lugar de matá-las Ele as remisse. Suponhamos que os descendentes da primeira transgressão ampliassem sua desobediência e hostilidade contra o Criador, a ponto de o mundo inteiro rebelar contra Deus e cada um fazer ‘O que achava mais reto’ (Juí.21:25). Suponhamos que Deus continuasse decidido a salvar essas pessoas e concedesse deliberadamente dons especiais a um povo a fim de abençoar toda a humanidade através dele. Suponhamos que Deus livrasse esse povo da pobreza e escravidão a um faraó egípcio cruel. Suponhamos que esta nação privilegiada, tão logo obtivesse liberdade, se insurgisse novamente em franca rebelião contra o seu Deus e Salvador.

Suponhamos que Deus, ainda planejando redenção, enviasse mensageiros ou profetas especialmente dotados para pedir ao povo que voltasse a Ele. Suponhamos que o povo matasse os mensageiros divinos e zombassem se Sua mensagem. Suponhamos que eles começassem então a adorar ídolos de pedra e objetos moldados pelas suas próprias mãos. Suponhamos que esse povo inventasse religiões contrárias à verdade do Deus verdadeiro e adorasse criaturas em lugar do Criador.

Suponhamos que num ato final de redenção o próprio Deus se encarnasse na pessoa de Seu Filho. Suponhamos que esse Filho viesse ao mundo para salvá-lo e não para condená-lo. Mas suponhamos que o Filho de Deus fosse rejeitado, difamado, escarnecido, torturado e morto. Todavia, suponhamos que Deus aceitasse o assassinato de Seu Filho como castigo pelos pecados das próprias pessoas que O mataram. Suponhamos que este Deus oferecesse aos assassinos de Seu Filho anistia total, perdão completo e paz transcendente, como resultado da purificação de toda culpa, vitória sobre a morte e uma vida eterna de completa felicidade.

Suponhamos que Deus desse a essas pessoas, como um presente, a promessa de uma vida futura onde não houvesse dor, doenças, morte e lágrimas. Suponhamos que Deus lhes dissesse: ‘Só desejo uma coisa. Exijo que honrem meu Filho unigênito e adorem e sirvam só a Ele’. Suponhamos que Deus fizesse tudo isso, você teria coragem de dizer-Lhe: ‘Deus, isso não é justo, o Senhor não fez o suficiente’.?

Se o homem de fato cometeu traição cósmica contra Deus, que razão haveria para Ele prover qualquer meio de Salvação? À vista de rebelião universal contra Deus, não se trata da questão de haver um só caminho, mas porque existe ainda um caminho? Não sei como responder a essa pergunta.

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