segunda-feira

Felizes são...



Voltei. Já estava a algum tempo sem escrever, mas algo lá de cima me fez ver que isso era muito importante. Tenho lido junto com a igreja que participo o livro Trinta dias para Viver. Só o título já é inspirador. Quais seriam minhas prioridades se eu tivesse pouco tempo de vida? Penso que é o legado, ou a marca, que vou deixar para esse mundo. Marca essa que posso deixar nas pessoas com quem me relaciono ou com qualquer outra coisa que possa dar continuidade a minha passagem aqui na terra, como por exemplo meus pontos de vista expressos nesse blog.

Sem demoras, gostaria de introduzir uma nova série de pensamentos chamados de Felizes são... baseados nas bem aventuranças. Acho que vai ser bem legal participarmos juntos desses ensinamentos tão incríveis. Vamos lá...

Bem aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos Céus. (Mateus 5:3 pela NVI) A primeira bem aventurança é uma das mais difíceis de entender, pois cai num problema de lingüística para a tradução do português (e talvez outras línguas). Algumas bíblias terminam a tradução em “bem aventurado os pobres”, mas isso nos deixa ainda mais confuso, especialmente em relação aos critérios de Deus sobre a situação financeira, o que, pelo que já conheço de Deus, não vem ao caso. Deus não julga o quanto você ganha ou possui, mas sua atitude em relação em relação a isso. Se ganho muito, mas ajudo os outros com meu dinheiro, estou agradando a Deus. Se ganho pouco, mas sou extremamente egoísta com o pouco que tenho, isso não agrada a Deus. Algumas parábolas de Jesus expressam isso claramente. Por isso não tenho dúvidas de que o sentido aqui não é a pobreza financeira.

Na verdade, li recentemente que o problema desta tradução está no fato de que a palavra empregada foi uma palavra que mudou um pouco de sentido pelo tempo. Um exemplo nosso tosco é a palavra “irado”. Quem nunca escutou essa palavra com o significado de algo muito bom. “Esse carro é irado”. Sabemos que isso não significa que o carro está com raiva! E assim pelas línguas existem muitas palavras que podem mudar um pouco de sentido com o tempo ou de acordo com a situação. Pois bem a palavra que foi empregada realmente significava pobre em suas origens do hebraico. Mas com o tempo foi mudando um pouco o sentido principal. De pobre passou a significar algo com “aquele que depende”  pois não pode sobreviver com as próprias pernas devido a sua pobreza. Por fim, na época de Cristo, essa expressão já significava algo como “aquele que depende de Deus” e já não tinha tanto haver com a situação financeira.

Por isso que chegaram à tradução Pobres em Espírito, pois não se tratava mais de uma pobreza real (e isso precisava ser explicado) mas numa pobreza no sentido de que eu posso ter o que tiver, mas sou pobre no meu orgulho, na minha auto-suficiência, na minha arrogância, não me considero acima de ninguém (um sentimento que infelizmente, de fato, assola muitos ricos) mas sei que estou aqui neste mundo para ser um servo, e ajudar aos outros com o pouco ou muito que tenho. Sei que em tudo dependo da vontade de Deus. O que tenho agora posso não ter depois, e o que não tenho agora posso ter depois, embora que nada disso importe se eu realmente estou na alegria de estar fazendo aquilo que é do propósito de Deus.

Sempre tento escrever meus textos de uma forma que um descrente possa entender facilmente, e possa aceitar aos poucos algumas verdades, mesmo se ainda não acredita em Deus. Mas essa, para quem não crê, fica difícil de degustar, principalmente num mundo em que aprendemos a sermos auto-suficientes e não dependermos de ninguém.  Mas aqui deparamos com uma verdade bíblica muito clara: “Felizes são aqueles que acreditam e dependem de Deus”. Adicionei aqui o “acredita” pois não vejo como alguém poderia querer passa a depender da vontade de algo que nem sequer acredita.

Infelizmente, tive que passa grande parte do tempo apenas explicando o significado lingüístico da primeira bem aventurança. A seguir estarei falando do significado prático dela.

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