Ser nada demais

Semana passada falei das pessoas que prejudicam a imagem e o trabalho da igreja por seus atos no mínimo incorretos. Agora eu quero falar daqueles cristão que "pagam os impostos", são até fiéis no dízimo, mas não vão muito além disso.

Tem pessoas que vão a igreja apenas para "cumprir o papel". Uma espécie de tradição. São até pessoas eticamente corretas, que não prejudicam outras, mas, digamos assim, são espiritualmente mornas. Alguns são sem alegria e ríspidos no trato com os outros. Pouco educados também. Suas formas de viver não impressiona ninguém. Falar disso é até um pouco complicado para mim, pois é aí onde posso me encaixar em muitas vezes.

Que temos feito demais? Como temos nos esforçado para sermos impactantes na vida dos outros? Quem nos vê quer ser como nós? Eles nos vêem apenas como religiosos ou como pessoas diferentemente especiais, transformadas em algo melhor por causa de nossa fé? As vezes tenho medo de passar despercebido em minha vida pelas pessoas que me rodeiam (excluindo minha família, claro!). Como alguém sem importância para elas, que não contribuiu nada para suas vidas...

Acho que é tempo de todos nós mudarmos... Sei que precisamos muito um do outro para isso, pois não é fácil. Muitas vezes lutamos contra nossa natureza egoísta, contra nossos preconceitos e nossa preguiça. Falo isso pois para mudarmos, antes de tudo, devemos aprender a sermos servos dos outros. Quero dizer, temos de nos esforçar para amar e fazer o bem a outras pessoas, mudar de atitude e "sair da nossa poltrona confortável".

Muitas coisas acontecem ao nosso redor pedem nossa atenção, mas geralmente não fazemos nada. Amigos que precisam de ajuda, pessoas que precisam de dinheiro, comida, roupa ou apenas de atenção e uma conversa. Pessoas que precisam escutar sobre Cristo! Precisamos ser pessoas disponíveis e dispostas. Com coragem e sem preguiça de agir para fazer o bem. Precisamos ser atentos e curiosos quanto as necessidades e problemas dos outros. Esse mundo precisa de pessoas que se interessem pelas outras, menos egoístas, é isso que Deus quer de nós. Muitas vezes as pessoas se sentem envergonhadas em falar de seus problemas ou pedir ajuda, por isso precisamos ir atrás delas para ver como podemos contribuir em suas vidas.

Eu mesmo sou incapaz de descer do carro para conversar com um deficiente ou um mendigo para ajudá-lo. Raramente (e como!) paro para falar do amor de Deus a um estranho. Quando vejo um homem deitado no chão da calçada eu me afasto para o outro lado da rua, depois fico me sentindo como os homens egoístas que passaram antes do bom samaritano diante do homem assaltado (Lucas 10:30). Somos em nossa maioria assim, sem querer sacrificar nossas vidas por outros. Geralmente achamos que já temos muitos problemas para resolver.

Mas mudar requer uma aproximação com Deus. Sentir seu amor por nós e amarmos a outros com esse amor. A comunhão com Deus nos fará sentir os frutos do Espírito (Gálatas 5:22) dos quais o amor, a bondade e a alegria fazem parte. Exige também rever prioridades e valores no uso de nossas energias, tempo e dinheiro.

Pois é, falar disso é apenas 0,5% do todo. Mas digamos assim, é um começo. É um desafio lançado. Vamos conversar mais sobre isso nas igrejas e nossos grupos de amigos cristãos. Vamos tentar ajudar um ao outro a mudarmos nessa direção.