terça-feira

Religião é o Mal da humanidade.



É essa frase que tenho escutado de alguém próximo a mim. De cara eu fiquei um pouco assustado com essa afirmação, pois vindo de um ateu existencialista, sabia que ela tinha a clara intenção de criticar minha fé.

Mas no final de semana passado, em minha igreja, escutei um missionário que atua no Irã relatar de como o povo de lá é oprimido pelo seu regime fundamentalista islâmico. A ameaça, a tortura e mesmo a execução são presentes nas vidas de quem arrisca seguir outra fé que não seja o islã. Mas não nos enganemos achando que apenas o islã é capaz disso. Foram radicais judeus que colocaram Jesus na cruz e perseguiram seus discípulos (que também eram judeus); foram os cristãos que promoveram perseguições, cruzadas e a inquisição da igreja Católica na Idade Média. Até os ateus (que podem ser vistos como religiosos também) marxista da China e da antiga URSS oprimem ou oprimiam os seguidores de outra fé.

Seria então a religião um mal para a humanidade? É, vendo deste ponto de vista, eu concordo que sim. Mas pera aí, como posso dizer isso? Não faço parte da religião cristã? Bem, antes de responder a esta pergunta acho que temos que definir, ou redefinir, o conceito do que é ser religioso. Digamos então que existem dois lados: o ser religioso e o ser discípulo de Cristo. O primeiro procura a doutrina, o segundo procura a Verdade e a Vida. O primeiro segue leis e obrigações, o segundo é movido pelo amor de Deus.

Podemos perceber várias outras características entre o religioso e o discípulo. O primeiro evangeliza amedrontando com a possibilidade de ir para o inferno, o segundo evangeliza falando do amor de Deus e de seu filho e da possibilidade de viver eternamente ao lado deles. O primeiro fica com raiva daquele que discorda de sua fé, o segundo tem tristeza e compaixão. O primeiro prende e acorrenta, o segundo prega a liberdade.

O religioso fica dizendo por aí que Deus vai dar bençãos a ele por causa de sua fé, mas o discípulo de Cristo quer ser uma bênção para Deus e para o próximo. O primeiro se orgulha de sua fé, o segundo é grato por ser um filho de Deus. O primeiro molda Deus a seus desejos, o segundo molda seus desejos a Deus. E por aí vai muitas outras diferenças.

A religião pode ser um Mal, mas ser discípulo de Cristo é a maior maravilha deste mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mensagem corajosa.
O evangelho vive dias difíceis, e é preciso bradar contra tanta aberração.
Seminario Internacional Teologico de São Paulo